Recentemente, o governo português apresentou o seu Plano de Recuperação e Resiliência. E não é que esta palavra vem bem a calhar com este ano que mais parece o dia da marmota. Mas afinal, o que é essa tal RESILIÊNCIA? Pois bem, imagine que estamos nós os dois e mais alguns numa ilha deserta. Ficaremos cada um com nossas resiliências e tudo vai funcionar bem, certo? Para alguns poderá ser que sim, para outros nem por isso.
Ora, as marcas vivem no mesmo mundo com os mesmos dilemas, e têm que comportar-se em função deles, aceitando a responsabilidade de que são maiores do que um único indivíduo. Quando chamam à atenção, os lucros, os benefícios, e a fama podem ser atingidos estupidamente rápido, mas os riscos e as consequências também podem ser estupidamente maiores.
A resiliência pode desenvolver-se de forma independente ao lidar com as adversidades e superá-las, alguns estão de facto mais propensos a progredir que outros, porém, é no coletivo que a resiliência floresce. É nesse universo das dinâmicas de trabalho e relações entre empresas, marcas e instituições que a resiliência, para a qual o país foi convocado, reside.
Esta capacidade de transpor obstáculos e prosperar envolve flexibilidade, diversidade e adaptabilidade. Agora lhe pergunto, o que você tem feito para desenvolver estes potenciais? Já lá vão três webinários, em que tenho ouvido empresas falarem em mudança de modelo de negócio, inclusive agências de publicidade. Desenvolver a resiliência é criar espaços onde a convergência e a divergência de pontos possa ser estimulada, e que todos possam buscar direções afins. Resiliência é a soma das perspetivas pluriversais, de várias pessoas e contextos. Para tanto, não existe só, é diversa, coletiva e experimental.
Assim, enquanto profissionais de comunicação, de marketing, de marca, design e inovação, este momento convida-nos a repensar os nossos modelos de atuação. Precisamos fomentar novos espaços e dinâmicas mais plurais, diversas e inclusivas. Experimentar formas de parcerias que agregam valor para todos. Criar formas de conectar-nos nas diferenças e semelhanças, como deve ter sido para si ler este texto com um bocado de sotaque brasileiro e com suas nuances do português de cá. A resiliência implica aceitar a diversidade. Que este seja um ano de exercício de resiliência para todos nós.
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